quarta-feira, 12 de setembro de 2012

(Em construção)


Como noutros dicionários do género, pretende-se reunir aqui um largo conjunto de informações sobre questões que podem ocorrer ao estudioso da biografia ou dos escritos da Alexandrina ou mesmo ao leitor comum. Muita dessa informação resulta de nossa diversificada investigação pessoal; outra é recolhida na obra do P.e Humberto, na do P.e Pinho ou dos Signoriles. Além de notícias históricas e bibliográficas, haverá nele também sínteses abreviadas sobre temas propriamente místicos. Para tal, naturalmente, recorre-se aos mais credenciados autores que estudaram a Alexandrina.
Colocamos também informações relativas à Santa Cruz – dada a tão estreita relação que ela tem com a Alexandrina – e à freguesia de Balasar.


Abreu, Domingos José. Sacerdote encomendado que prestou serviço em Balasar ao tempo da expulsão do jovem reitor Manuel José Gonçalves da Silva (1834-1841). Assina ao menos um documento da Sentença Cível Era natural de Panque.
Acto de aceitação. Antes de expirar, a Alexandrina fez um acto de aceitação geral da vontade de Deus, que incluía o não regresso do P.e Pinho, que lhe estava prometido.
Adma. A Associação de Maria Auxiliadora é salesiana e está ligada à Basílica de Maria Auxiliadora em Turim e às revelações feitas a S. João Bosco.
Aguçadoura. Paróquia poveira criada em 1933 e que se integrava em Nabais ao tempo da infância da Alexandrina, quando ela praticou lá a “má acção” de retirar num campo cerca de dois quilos de batatas para entregar ao reitor da Capela de Nossa Senhora das Dores.
Aguiar, Américo Monteiro. Sacerdote da Diocese do Porto (Galegos, Penafiel, 23/10/1887 - Porto, 16/7/1956), conhecido simplesmente por Padre Américo, fundador da obra que tem o seu nome e que publicava e ainda publica O Gaiato. Uma vez, devido a uma informação errada, insurgiu-se no seu jornal contra a Alexandrina, acusando-a de P. 647 nota. Corre o seu processo de beatificação e canonização.
Alexandrina de Balasar. Título de dois opúsculos sobre a Alexandrina. Do mais antigo saído em 1958, em português, foi autor o salesiano P.e Ismael Matos (também assinava Gabriel Bosco); teve sucessivas edições. Do segundo opúsculo, editado em 2009, em francês, é autora Paulette Leblanc.
Alexandrina de Balasar é também o título do ex-Sítio Oficial.
Alexandrina Maria da Costa. Este foi o nome completo da Beata Alexandrina. O nome próprio não tinha tradição na onomástica feminina portuguesa e ainda hoje é pouco frequente. Ela recebeu-o da madrinha, que era de Gondifelos, freguesia famalicense que confronta com Balasar. Como forma familiar abreviada, usou-se Xandrina. A família da mãe eram os Vicentes e por isso também, sobretudo o P.e Leopoldino, fala de Alexandrina “Vicente”. O apelido do pai, Xavier, não consta no nome. Na página da Santa Sé, ela é oficialmente identificada como Alexandrina Maria da Costa (1904-1955)  Leiga, da União dos Cooperadores Salesianos. Era já assim que vinha nos Decreto das Virtudes Heróicas e no Summarium.
Alexandrina Society. Associação irlandesa, mas com um ramo escocês e com membros por todos os continentes. Fundou-a Francis Reynolds, em 1993; em seu entender, por inspiração divina. Publica um Alexandrina Society Bulletin. Francis Reynolds, que estava de cama há vários anos, faleceu em 4/9/2006. O seu filho, Patrick Reynolds, colocou em linha um site sobre a Beata Alexandrina em homenagem ao pai.
Alexandrina, Voglio Imparare da Te! Livro, 2004
Alexandrina. Nos Caminhos do Crucificado. Opúsculo recente (2004), biográfico, da autoria do salesiano P.e  Pedrosa Ferreira. Teve também edição espanhola, em Madrid.
Alexandrina. Título duma das mais volumosas biografias da Alexandrina (1957), da autoria do P.e Humberto Pasquale. Precedida pelos artigos saídos no Boletim Salesiano, criou uma onda de entusiasmo, surgindo no seu seguimento L’Estatica, do P.e salesiano A. Rebesco, e Alexandrina, the Agony and the Glory, de Francis Johnston e Alexandrina de Balasar, do P.e Ismael Matos. Teve várias edições italianas e ainda mais em português. O conhecimento da Alexandrina por parte do P.e Humberto veio a aprofundar-se aquando da preparação do Processo Informativo Diocesano. Alexandrina é posterior a Uma Vítima da Eucaristia, que o P.e Humberto conhecia.
Alex-Diffusion. Associação com sede em Reims, criada por Afonso Rocha, e que divulga a Alexandrina em língua francesa; editou já vários livros. Data da fundação
Almeida, Manuel Joaquim de. Lavrador e político balasarense (Gondifelos, 1864-Balasar, 1918), foi vereador da Câmara Municipal poveira entre 1905 e 1908 e presidente da Junta de Freguesia de Balasar entre 1914 e 1917 inclusive. Como vereador, promoveu melhoramentos viários na freguesia, como a primeira ponte de pedra sobre o Este – a ponte de D. Benta, que até então ainda era de madeira - e impulsionou a construção da nova Igreja; como presidente da Junta, bateu os "democráticos" e concluiu a obra do Cemitério que se arrastava desde há anos. Em 7 de Outubro de 1910 assinou o Auto de Proclamação da República na Póvoa de Varzim. Manuel Joaquim de Almeida era irmão do Bispo de Arena, resignatário da Diocese de Bragança, que em 193... fez a visita pastoral a Balasar.
Almeida, Rosalina Gonçalves de. No momento em que a Alexandrina teve o gesto heróico do Salto, encontrava-se também na sala da Casa do Calvário a jovem Rosalina Gonçalves de Almeida. Cga 701
Alminhas. Em Balasar houve e ainda há numerosos nichos de Alminhas: podem-se encontrar desde as Fontainhas a Caminho Largo, deste Vila Pouca a Fontela. Um dos mais notáveis e antigos é o do Senhor dos Aflitos, em Vila Pouca. O mais recente será um que fica nas Fontainhas, ali onde em 19 ocorreu um grandioso encontro interfreguesias no momento da passagem da imagem peregrina de Fátima. Noutros tempos já havia no lugar uma pequena ermida mariana.
Americano. Na Autobiografia, a Alexandrina fala do americano, que era um carro de tracção animal para transporte público de pessoas; o que ela menciona circulava entre Vila do Conde e Póvoa de Varzim, indo pela Praça do Almada e pela Rua da Junqueira, dois espaços por ela muito frequentados. Houve-os noutras cidades, como Lisboa e Porto.
Amor. Figlia 514
Amorim, Francisco Gomes de. Escritor poveiro que, no romance As Duas Fiandeiras, de 1881, ficciona a romaria da Santa Cruz de Balasar de 1845.
Anéis. Para combater o mau hábito de certos populares que visitavam a Alexandrina, e que traziam nos dedos anéis de bruxaria (amuletos), o P.e Humberto adquiriu, para esta oferecer, uns pequenos anéis em prata com uma imagem minúscula de Nossa Senhora Auxiliadora. Na Casa do Calvário encontram-se umas duas centenas dos anéis aí deixados (Cga p 566 nota). É conhecido ao menos um exemplar dos que a Alexandrina oferecia. Cães,
Anima Pura Cuore di Fuoco. Excelente motivação para iniciar o conhecimento da Alexandrina, este opúsculo (1990) preparado pelo Casal Signorile consta de duas partes: na primeira, lêem-se pequenas frases, ilustradas por belíssimas aguarelas, retratando sobretudo flores; a segunda é semelhante, mas as frases já são dos Signoriles.
Apedrejamento dos Protestantes. Lamentável episódio popular ocorrido em Balasar em 1932, em tempo em que era pároco o P.e Manuel de Araújo. A parte mais grave dele decorreu numa interrupção da missa dominical, quando os fiéis saíram da igreja e vieram apedrejar uma caravana protestante que pretendia fazer proselitismo na freguesia. Os simpatizantes balasarenses do protestantismo eram também os mais decididos republicanos e entre eles predominava gente de comportamento moral nada recomendável. Era velho em Portugal mostrar o caminho da rebelião protestante para atacar a Igreja, o que aconteceu também com a República. A enérgica e até violenta reacção popular foi empolada pelos jornais afectos ao republicanismo e acabou em tribunal, tendo os apedrejadores sido obrigados a pagar pesadas indemnizações aos lesados.
Apostolado da Oração. Associação jesuíta a que a Alexandrina pertenceu. A Cruzada Eucarística e as Associações do Coração de Jesus integravam-se no Apostolado da Oração.
Apostolado dos Doentes. Associação fundada na paróquia de S. José de Ribamar, Póvoa de Varzim, por iniciativa do Dr. Abílio Garcia de Carvalho; publicava um pequeno boletim, uma “folha”. A Alexandrina pertenceu a esta associação, que estava ligada a uma congénere belga.
Araújo, Henrique Gomes de. Médico (Baião, 1881-Porto, 18 de Março de 1964) que comprovou o jejum da Alexandrina no seu Refúgio da Paralisia Infantil, na Foz do Douro, entre …. Mesmo que de princípio tenha sido rude com ela, fez um trabalho de rigor e concluiu-o com um notável e objectivo relatório, a que deu o título de “Um caso singular de abstinência e anúria”, que muito honra a sua probidade profissional. Nele garante a verdade do jejum. Henrique Gomes de Araújo era muito qualificado na área da medicina a que se dedicava. O relatório vem transcrito quase na totalidade, em italiano, no Cga 762 ss. De notar que o Dr. Azevedo, além da comprovação do jejum, tinha pedido que a Alexandrina fosse estudada em termos psicológicos, o que também foi feito. O Dr. Araújo, que já antes tinha vindo ao Calvário, voltou depois, como “amigo”. Muito antes, este médico tinha escrito algumas palavras para o opúsculo do Dr. Abílio Garcia de Carvalho A Eucaristia e a Medicina.
Araújo, Horácio de. Sacerdote diocesano, pároco de Ronfe e monsenhor, que visitou a Alexandrina nos dez anos finais da sua vida e que na abertura do Processo Informativo Diocesano (14-1-67), fez sobre ela afirmações notáveis: “Alexandrina era uma presença de Cristo; dela transparecia Cristo; vê-la era ver Cristo”, etc.; “Cristo transparecia nela como a luz através do cristal; transparecia na pureza do olhar, na sernidade do rosto, nos seus estos, nas suas atitudes. Vê-la era ver Cristo”. Faleceu em 3 de Novembro de 1988.
Araújo, Manuel de. Sacerdote que paroquiou Balasar entre 1919-1933; foi ele que organizou a peregrinação da paróquia a Fátima, em 1927 (?), que a Alexandrina menciona na Autobiografia e em que também se desejava ter integrado. A dada altura, pôs-se contra a Alexandrina, dizendo que ela não comia por não querer. Por razões que não conhecemos inteiramente, mas onde deve ter tido lugar de relevo o escândalo do apedrejamento dos protestantes e perturbações mentais que terá padecido, os balasarenses pediram a sua substituição como pároco; deixou alguns escritos num jornal poveiro. 
Arca de Maria. Fraternidade brasileira muito numerosa e com casas em vários países, fundada em 1998 pelo ainda seminarista Rodrigo Maria, e que tem a Alexandrina como uma das suas patronas. Em certo momento ao menos, membros desta fraternidade pretenderam instalar-se em Balasar.
Arciprestado. Datas O arciprestado a que a que pertence Balasar é o de Vila do Conde (só as paróquias a norte do rio Ave) e Póvoa de Varzim. Ao tempo da infância da Alexandrina, até 1913, foi arcipreste o antigo pároco de Balasar P.e António Martins de Faria. Depois, até 1940, ocupou o cargo o P.e António Gomes Ferreira, natural de Balasar e então pároco de Terroso (donde eram o Mons. Vilar e o Cónego Molho de Faria); provavelmente visitou-a algumas vezes. Seguiu-se-lhe o P.e Manuel da Costa Gomes, que falece pouco depois da Alexandrina. Deste sabe-se que a visitou e que lhe dedicava grande consideração. Ela deu algum contributo para a construção da actual Igreja de S. José de Ribamar, que ele promoveu. 
Arroubo. Cga p 162 nota, 166, nota
Associação do Coração de Jesus. Existiu em Balasar (e com certeza em muitas outras paróquias), desde 1894, uma Associação do Coração de Jesus …. A Alexandrina, a irmã e a mãe eram membros dela. Foi esta associação que trouxe o P.e Marino Pinho pela primeira vez pregar a Balasar, em 1933.
Até aos Confins do Mundo. Livro recente (2007), de carácter antológico e histórico, teve a particularidade de ser editado simultaneamente em português e em inglês (com o título To the Ends of the Earth). Põe em evidência principalmente as raízes locais da Alexandrina, sem deixar de proporcionar sobre ela uma perspectiva global. Foi editado pela Câmara Municipal poveira.
Audiovisual. O fotógrafo bracarense dono da Casa Pelicano filmou um êxtase da Alexandrina. Com alguns acrescentos doutra natureza, ainda se conserva esse filme. O mesmo fotógrafo teve o cuidado de reunir uma pequena colecção de boas fotografias da Alexandrina por ele tiradas. Existem hoje alguns DVD’s sobre a Beatificação, algumas gravações musicais, entre elas uma Via-Sacra em italiano. Recentemente (2010) foi produzido em Inglaterra um DVD pelas Mary Dowry’s Productions.
Autobiografia. Obra da Alexandrina, escrita por ordem do P.e Mariano Pinho, onde a autora faz o relato de muitos episódios e aspectos da sua vida desde o nascimento até 1943. É fonte quase única para o tempo da sua infância e juventude; para o período que vai da vinda do P.e Pinho em diante, complementa o que se conhece pelas Cartas, pelos Sentimentos da Alma e outros escritos.
Auxília. M
Avilés, Yolanda Astrid. Professora mexicana do ensino superior, fora do activo; é cooperadora salesiana. Foi a tradutora para espanhol do ex-Sítio Oficial. Afora isso, tem desenvolvido grande actividade junto dos Salesianos do seu país.
Azevedo, Alberto de. Filho do Dr. Dias de Azevedo, sacerdote, escritor. A cura, no Processo, Cga p 529 nota, e a doença?, p 587, nota, Faleceu  em 18 de agosto de 2010.  autor de vários livros. Planeava um sobre a Alexandrina.
Azevedo, António José de. O reitor de Balasar António José de Azevedo foi pároco de Novembro de 1823 a fins de Agosto de 1832, o tempo da aparição da Santa Cruz e do período politicamente quente que então se vivia. Datou de 6 de Agosto o relatório que enviou para Braga. A data do fim da sua actividade é um pouco suspeita: poderá ter sido vítima de expulsão logo após o desembarque do Mindelo.
Azevedo, Francisco Dias de. Sacerdote que paroquiou Balasar desde 1956 a 2004. Decorreram no seu tempo a criação do Boletim de Graças, o Processo Informativo Diocesano, a trasladação das relíquias da Alexandrina do cemitério local para a Igreja Paroquial, a proclamação do Decreto das Virtudes Heróicas e a Beatificação. Promoveu obras de monta na Igreja Paroquial (donde removeu a talha) e a colocação dos vitrais bem como a construção da actual residência paroquial.
Azevedo, Irene. Filha do Dr. Dias de Azevedo, médica como o pai, foi também secretária da Alexandrina. Cga p 820

Sem comentários:

Enviar um comentário