quarta-feira, 12 de setembro de 2012

(Em construção)


Como noutros dicionários do género, pretende-se reunir aqui um largo conjunto de informações sobre questões que podem ocorrer ao estudioso da biografia ou dos escritos da Alexandrina ou mesmo ao leitor comum. Muita dessa informação resulta de nossa diversificada investigação pessoal; outra é recolhida na obra do P.e Humberto, na do P.e Pinho ou dos Signoriles. Além de notícias históricas e bibliográficas, haverá nele também sínteses abreviadas sobre temas propriamente místicos. Para tal, naturalmente, recorre-se aos mais credenciados autores que estudaram a Alexandrina.
Colocamos também informações relativas à Santa Cruz – dada a tão estreita relação que ela tem com a Alexandrina – e à freguesia de Balasar.


Abreu, Domingos José. Sacerdote encomendado que prestou serviço em Balasar ao tempo da expulsão do jovem reitor Manuel José Gonçalves da Silva (1834-1841). Assina ao menos um documento da Sentença Cível Era natural de Panque.
Acto de aceitação. Antes de expirar, a Alexandrina fez um acto de aceitação geral da vontade de Deus, que incluía o não regresso do P.e Pinho, que lhe estava prometido.
Adma. A Associação de Maria Auxiliadora é salesiana e está ligada à Basílica de Maria Auxiliadora em Turim e às revelações feitas a S. João Bosco.
Aguçadoura. Paróquia poveira criada em 1933 e que se integrava em Nabais ao tempo da infância da Alexandrina, quando ela praticou lá a “má acção” de retirar num campo cerca de dois quilos de batatas para entregar ao reitor da Capela de Nossa Senhora das Dores.
Aguiar, Américo Monteiro. Sacerdote da Diocese do Porto (Galegos, Penafiel, 23/10/1887 - Porto, 16/7/1956), conhecido simplesmente por Padre Américo, fundador da obra que tem o seu nome e que publicava e ainda publica O Gaiato. Uma vez, devido a uma informação errada, insurgiu-se no seu jornal contra a Alexandrina, acusando-a de P. 647 nota. Corre o seu processo de beatificação e canonização.
Alexandrina de Balasar. Título de dois opúsculos sobre a Alexandrina. Do mais antigo saído em 1958, em português, foi autor o salesiano P.e Ismael Matos (também assinava Gabriel Bosco); teve sucessivas edições. Do segundo opúsculo, editado em 2009, em francês, é autora Paulette Leblanc.
Alexandrina de Balasar é também o título do ex-Sítio Oficial.
Alexandrina Maria da Costa. Este foi o nome completo da Beata Alexandrina. O nome próprio não tinha tradição na onomástica feminina portuguesa e ainda hoje é pouco frequente. Ela recebeu-o da madrinha, que era de Gondifelos, freguesia famalicense que confronta com Balasar. Como forma familiar abreviada, usou-se Xandrina. A família da mãe eram os Vicentes e por isso também, sobretudo o P.e Leopoldino, fala de Alexandrina “Vicente”. O apelido do pai, Xavier, não consta no nome. Na página da Santa Sé, ela é oficialmente identificada como Alexandrina Maria da Costa (1904-1955)  Leiga, da União dos Cooperadores Salesianos. Era já assim que vinha nos Decreto das Virtudes Heróicas e no Summarium.
Alexandrina Society. Associação irlandesa, mas com um ramo escocês e com membros por todos os continentes. Fundou-a Francis Reynolds, em 1993; em seu entender, por inspiração divina. Publica um Alexandrina Society Bulletin. Francis Reynolds, que estava de cama há vários anos, faleceu em 4/9/2006. O seu filho, Patrick Reynolds, colocou em linha um site sobre a Beata Alexandrina em homenagem ao pai.
Alexandrina, Voglio Imparare da Te! Livro, 2004
Alexandrina. Nos Caminhos do Crucificado. Opúsculo recente (2004), biográfico, da autoria do salesiano P.e  Pedrosa Ferreira. Teve também edição espanhola, em Madrid.
Alexandrina. Título duma das mais volumosas biografias da Alexandrina (1957), da autoria do P.e Humberto Pasquale. Precedida pelos artigos saídos no Boletim Salesiano, criou uma onda de entusiasmo, surgindo no seu seguimento L’Estatica, do P.e salesiano A. Rebesco, e Alexandrina, the Agony and the Glory, de Francis Johnston e Alexandrina de Balasar, do P.e Ismael Matos. Teve várias edições italianas e ainda mais em português. O conhecimento da Alexandrina por parte do P.e Humberto veio a aprofundar-se aquando da preparação do Processo Informativo Diocesano. Alexandrina é posterior a Uma Vítima da Eucaristia, que o P.e Humberto conhecia.
Alex-Diffusion. Associação com sede em Reims, criada por Afonso Rocha, e que divulga a Alexandrina em língua francesa; editou já vários livros. Data da fundação
Almeida, Manuel Joaquim de. Lavrador e político balasarense (Gondifelos, 1864-Balasar, 1918), foi vereador da Câmara Municipal poveira entre 1905 e 1908 e presidente da Junta de Freguesia de Balasar entre 1914 e 1917 inclusive. Como vereador, promoveu melhoramentos viários na freguesia, como a primeira ponte de pedra sobre o Este – a ponte de D. Benta, que até então ainda era de madeira - e impulsionou a construção da nova Igreja; como presidente da Junta, bateu os "democráticos" e concluiu a obra do Cemitério que se arrastava desde há anos. Em 7 de Outubro de 1910 assinou o Auto de Proclamação da República na Póvoa de Varzim. Manuel Joaquim de Almeida era irmão do Bispo de Arena, resignatário da Diocese de Bragança, que em 193... fez a visita pastoral a Balasar.
Almeida, Rosalina Gonçalves de. No momento em que a Alexandrina teve o gesto heróico do Salto, encontrava-se também na sala da Casa do Calvário a jovem Rosalina Gonçalves de Almeida. Cga 701
Alminhas. Em Balasar houve e ainda há numerosos nichos de Alminhas: podem-se encontrar desde as Fontainhas a Caminho Largo, deste Vila Pouca a Fontela. Um dos mais notáveis e antigos é o do Senhor dos Aflitos, em Vila Pouca. O mais recente será um que fica nas Fontainhas, ali onde em 19 ocorreu um grandioso encontro interfreguesias no momento da passagem da imagem peregrina de Fátima. Noutros tempos já havia no lugar uma pequena ermida mariana.
Americano. Na Autobiografia, a Alexandrina fala do americano, que era um carro de tracção animal para transporte público de pessoas; o que ela menciona circulava entre Vila do Conde e Póvoa de Varzim, indo pela Praça do Almada e pela Rua da Junqueira, dois espaços por ela muito frequentados. Houve-os noutras cidades, como Lisboa e Porto.
Amor. Figlia 514
Amorim, Francisco Gomes de. Escritor poveiro que, no romance As Duas Fiandeiras, de 1881, ficciona a romaria da Santa Cruz de Balasar de 1845.
Anéis. Para combater o mau hábito de certos populares que visitavam a Alexandrina, e que traziam nos dedos anéis de bruxaria (amuletos), o P.e Humberto adquiriu, para esta oferecer, uns pequenos anéis em prata com uma imagem minúscula de Nossa Senhora Auxiliadora. Na Casa do Calvário encontram-se umas duas centenas dos anéis aí deixados (Cga p 566 nota). É conhecido ao menos um exemplar dos que a Alexandrina oferecia. Cães,
Anima Pura Cuore di Fuoco. Excelente motivação para iniciar o conhecimento da Alexandrina, este opúsculo (1990) preparado pelo Casal Signorile consta de duas partes: na primeira, lêem-se pequenas frases, ilustradas por belíssimas aguarelas, retratando sobretudo flores; a segunda é semelhante, mas as frases já são dos Signoriles.
Apedrejamento dos Protestantes. Lamentável episódio popular ocorrido em Balasar em 1932, em tempo em que era pároco o P.e Manuel de Araújo. A parte mais grave dele decorreu numa interrupção da missa dominical, quando os fiéis saíram da igreja e vieram apedrejar uma caravana protestante que pretendia fazer proselitismo na freguesia. Os simpatizantes balasarenses do protestantismo eram também os mais decididos republicanos e entre eles predominava gente de comportamento moral nada recomendável. Era velho em Portugal mostrar o caminho da rebelião protestante para atacar a Igreja, o que aconteceu também com a República. A enérgica e até violenta reacção popular foi empolada pelos jornais afectos ao republicanismo e acabou em tribunal, tendo os apedrejadores sido obrigados a pagar pesadas indemnizações aos lesados.
Apostolado da Oração. Associação jesuíta a que a Alexandrina pertenceu. A Cruzada Eucarística e as Associações do Coração de Jesus integravam-se no Apostolado da Oração.
Apostolado dos Doentes. Associação fundada na paróquia de S. José de Ribamar, Póvoa de Varzim, por iniciativa do Dr. Abílio Garcia de Carvalho; publicava um pequeno boletim, uma “folha”. A Alexandrina pertenceu a esta associação, que estava ligada a uma congénere belga.
Araújo, Henrique Gomes de. Médico (Baião, 1881-Porto, 18 de Março de 1964) que comprovou o jejum da Alexandrina no seu Refúgio da Paralisia Infantil, na Foz do Douro, entre …. Mesmo que de princípio tenha sido rude com ela, fez um trabalho de rigor e concluiu-o com um notável e objectivo relatório, a que deu o título de “Um caso singular de abstinência e anúria”, que muito honra a sua probidade profissional. Nele garante a verdade do jejum. Henrique Gomes de Araújo era muito qualificado na área da medicina a que se dedicava. O relatório vem transcrito quase na totalidade, em italiano, no Cga 762 ss. De notar que o Dr. Azevedo, além da comprovação do jejum, tinha pedido que a Alexandrina fosse estudada em termos psicológicos, o que também foi feito. O Dr. Araújo, que já antes tinha vindo ao Calvário, voltou depois, como “amigo”. Muito antes, este médico tinha escrito algumas palavras para o opúsculo do Dr. Abílio Garcia de Carvalho A Eucaristia e a Medicina.
Araújo, Horácio de. Sacerdote diocesano, pároco de Ronfe e monsenhor, que visitou a Alexandrina nos dez anos finais da sua vida e que na abertura do Processo Informativo Diocesano (14-1-67), fez sobre ela afirmações notáveis: “Alexandrina era uma presença de Cristo; dela transparecia Cristo; vê-la era ver Cristo”, etc.; “Cristo transparecia nela como a luz através do cristal; transparecia na pureza do olhar, na sernidade do rosto, nos seus estos, nas suas atitudes. Vê-la era ver Cristo”. Faleceu em 3 de Novembro de 1988.
Araújo, Manuel de. Sacerdote que paroquiou Balasar entre 1919-1933; foi ele que organizou a peregrinação da paróquia a Fátima, em 1927 (?), que a Alexandrina menciona na Autobiografia e em que também se desejava ter integrado. A dada altura, pôs-se contra a Alexandrina, dizendo que ela não comia por não querer. Por razões que não conhecemos inteiramente, mas onde deve ter tido lugar de relevo o escândalo do apedrejamento dos protestantes e perturbações mentais que terá padecido, os balasarenses pediram a sua substituição como pároco; deixou alguns escritos num jornal poveiro. 
Arca de Maria. Fraternidade brasileira muito numerosa e com casas em vários países, fundada em 1998 pelo ainda seminarista Rodrigo Maria, e que tem a Alexandrina como uma das suas patronas. Em certo momento ao menos, membros desta fraternidade pretenderam instalar-se em Balasar.
Arciprestado. Datas O arciprestado a que a que pertence Balasar é o de Vila do Conde (só as paróquias a norte do rio Ave) e Póvoa de Varzim. Ao tempo da infância da Alexandrina, até 1913, foi arcipreste o antigo pároco de Balasar P.e António Martins de Faria. Depois, até 1940, ocupou o cargo o P.e António Gomes Ferreira, natural de Balasar e então pároco de Terroso (donde eram o Mons. Vilar e o Cónego Molho de Faria); provavelmente visitou-a algumas vezes. Seguiu-se-lhe o P.e Manuel da Costa Gomes, que falece pouco depois da Alexandrina. Deste sabe-se que a visitou e que lhe dedicava grande consideração. Ela deu algum contributo para a construção da actual Igreja de S. José de Ribamar, que ele promoveu. 
Arroubo. Cga p 162 nota, 166, nota
Associação do Coração de Jesus. Existiu em Balasar (e com certeza em muitas outras paróquias), desde 1894, uma Associação do Coração de Jesus …. A Alexandrina, a irmã e a mãe eram membros dela. Foi esta associação que trouxe o P.e Marino Pinho pela primeira vez pregar a Balasar, em 1933.
Até aos Confins do Mundo. Livro recente (2007), de carácter antológico e histórico, teve a particularidade de ser editado simultaneamente em português e em inglês (com o título To the Ends of the Earth). Põe em evidência principalmente as raízes locais da Alexandrina, sem deixar de proporcionar sobre ela uma perspectiva global. Foi editado pela Câmara Municipal poveira.
Audiovisual. O fotógrafo bracarense dono da Casa Pelicano filmou um êxtase da Alexandrina. Com alguns acrescentos doutra natureza, ainda se conserva esse filme. O mesmo fotógrafo teve o cuidado de reunir uma pequena colecção de boas fotografias da Alexandrina por ele tiradas. Existem hoje alguns DVD’s sobre a Beatificação, algumas gravações musicais, entre elas uma Via-Sacra em italiano. Recentemente (2010) foi produzido em Inglaterra um DVD pelas Mary Dowry’s Productions.
Autobiografia. Obra da Alexandrina, escrita por ordem do P.e Mariano Pinho, onde a autora faz o relato de muitos episódios e aspectos da sua vida desde o nascimento até 1943. É fonte quase única para o tempo da sua infância e juventude; para o período que vai da vinda do P.e Pinho em diante, complementa o que se conhece pelas Cartas, pelos Sentimentos da Alma e outros escritos.
Auxília. M
Avilés, Yolanda Astrid. Professora mexicana do ensino superior, fora do activo; é cooperadora salesiana. Foi a tradutora para espanhol do ex-Sítio Oficial. Afora isso, tem desenvolvido grande actividade junto dos Salesianos do seu país.
Azevedo, Alberto de. Filho do Dr. Dias de Azevedo, sacerdote, escritor. A cura, no Processo, Cga p 529 nota, e a doença?, p 587, nota, Faleceu  em 18 de agosto de 2010.  autor de vários livros. Planeava um sobre a Alexandrina.
Azevedo, António José de. O reitor de Balasar António José de Azevedo foi pároco de Novembro de 1823 a fins de Agosto de 1832, o tempo da aparição da Santa Cruz e do período politicamente quente que então se vivia. Datou de 6 de Agosto o relatório que enviou para Braga. A data do fim da sua actividade é um pouco suspeita: poderá ter sido vítima de expulsão logo após o desembarque do Mindelo.
Azevedo, Francisco Dias de. Sacerdote que paroquiou Balasar desde 1956 a 2004. Decorreram no seu tempo a criação do Boletim de Graças, o Processo Informativo Diocesano, a trasladação das relíquias da Alexandrina do cemitério local para a Igreja Paroquial, a proclamação do Decreto das Virtudes Heróicas e a Beatificação. Promoveu obras de monta na Igreja Paroquial (donde removeu a talha) e a colocação dos vitrais bem como a construção da actual residência paroquial.
Azevedo, Irene. Filha do Dr. Dias de Azevedo, médica como o pai, foi também secretária da Alexandrina. Cga p 820

Cont. 1


Azevedo, Manuel Augusto Dias de. Manuel Augusto Dias de Azevedo (Vila de Ribeirão, Vila N. de Famalicão, 21/09/1894 – ibidem, 20/12/1971), ou Dr. Dias de Azevedo, ou apenas o Dr. Azevedo, foi médico assistente da Alexandrina de 1941 até à morte; devem-se-lhe os cuidados que levaram à verificação científica do jejum, a prolongada defesa do bom nome da sua doente (face às conclusões da Comissão Examinadora e face à imprensa), a criação do Boletim de Graças, em 1957, e a sua direcção durante mais duma década. Testemunhou no Processo Informativo. As cartas que escreveu, os artigos que publicou em jornais e outros textos por ele produzidos fariam um volume de muitas páginas. Como médico, dava consultas gratuitas aos pobres um dia por semana. “Diz o teu médico que continue deveras a cuidar de ti, de ti e da minha divina causa. Dá-lhe os meus agradecimentos, diz-lhe que a vitória é dele e de todos os que trabalham com ele. Para todos o meu amor, a minha paz e agradecimentos. Diz-lhe que como prova do seu trabalho incansável lhe prometo o meu amor e a salvação a todos os que são dele. Maior prémio ainda: prometo-lhe à hora da morte o arrependimento das suas faltas, ficará puro, não irá sofrer ao purgatório, passará a gozar o Céu. Ainda terás esta promessa para mais”. 4/11/44.
Balasar. Paróquia poveira onde a Alexandrina nasceu e viveu quase toda a sua vida; integra-se no concelho da Póvoa de Varzim, na Arquidiocese de Braga e no Distrito do Porto. Na sua área, até 1430, havia as paróquias de S. Salvador de Gresufes e de Santa Eulália de Balasar. Assim, além da actual, Balasar já teve mais quatro igrejas paroquiais, de cujos edifícios não se conserva qualquer vestígio. A padroeira é Santa Eulália de Mérida. A palavra Balasar origina-se ultimamente de Belisário e teve, ao longo dos tempos, formas muito variadas, como Belesar e Belsar, Balassar e Bassar, etc (apesar das grafias, a sílaba final ter-se-á pronunciado sempre como zar). Os terrenos da freguesia a norte do Este são predominantemente planos e férteis; o sul do rio é acidentado, com vales e pequenas depressões. O rio Este, nos meses de Inverno alaga frequentemente os campos vizinhos. Balasar tem a particularidade de ser terra de xisto. Devido à construção com base neste material, dos edifícios locais antigos (como das várias igrejas paroquiais) pouca memória chegou até à actualidade. A história de Balasar foi recentemente estudada em perspectiva global. De destacar nela a lendária Fonte de S. Pedro de Rates, a Pousa Real medieval de Gestrins, a Quinta de Balasar, figuras como Manuel Nunes Rodrigues e a sua esposa D. Benta, a aparição da Santa Cruz, o Cirurgião da Bicha, etc. Balasar teve um pároco poeta e jornalista, o P.e António Martins de Faria. Também foi activo e diversificado jornalista o P.e Leopoldino Mateus. Alguns dos seus lugares mais importantes são Fontainhas, Gestrins, Lousadelo, Gresufes, Calvário, Casal, Vila Pouca, etc. A Beata Alexandrina é naturalmente a maior figura da história da freguesia.
Baldaquino de sacrário. Com dinheiro que as pessoas lhe ofereciam a Alexandrina pôde realizar várias obras de ajuda às actividades paroquiais e aos mais necessitados, bem como ajudar inclusive a formação de sacerdotes ou ajudar as Missões. Uma vez ofereceu à sua paróquia um rico baldaquino de sacrário, em talha, que hoje se encontra na Capela de Adoração. Outras dádivas: alto-falante, bancos da igreja, confessionários, lâmpada para o Santíssimo, castiçais (12) para o altar-mor e para os altares laterais, serpentinas da tribuna, umbela e pálio, véu de ombros, toalhas para o altar-mor e alguns laterais, capa de asperges, casula, dalmática e tunicela para as festas.
Baptismo da Alexandrina. A Alexandrina foi baptizada em Sábado de Aleluia, poucos dias após o seu nascimento. Oficiou o pároco local, P.e Manuel Fernandes de Sousa Campos. A cerimónia ocorreu ainda na antiga Igreja Paroquial do Matinho, que só seria demolida três anos mais tarde. O livro com o seu registo de baptismo guarda-se na Póvoa de Varzim, na repartição do registo civil.
Basílica do Sagrado Coração de Jesus. Ao tempo do golpe de estado republicano de 5 de Outubro de 1910, a construção da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, na Póvoa de Varzim, ainda estava no seu princípio. Com a expulsão dos Jesuítas, a nacionalização da obra já realizada e as dificuldades criadas à Confraria do Coração Agonizante, as obras pararam, só sendo retomadas muito mais tarde. A Alexandrina deve ter conhecido bem o lamentável espectáculo das obras suspensas e mesmo da instalação da GNR na casa de madeira onde antes moravam os Jesuítas. Algumas revelações de Jesus à Alexandrina sobre o Sagrado Coração parecem ter como contexto fases da construção da Basílica.
Beata Alexandrina – do Sofrimento à Glória. Livro largamente ilustrado (2005?), preparado pela Arquidiocese de Braga para comemorar a Beatificação.
Beatificação. A beatificação da Alexandrina ocorreu no dia 25 de Abril de 2004, na Praça de S. Pedro, e o acto foi presidido por João Paulo II. Foi uma cerimónia muito concorrida em Roma, mas muito mais ainda em Balasar, aonde se calcula que terão vindo lá para 700 autocarros, além naturalmente de milhares de viaturas particulares. Tratou-se dum acontecimento extraordinário.
Bibliografia. Desde Uma Vítima da Eucaristia, do P.e Mariano Pinho, saída poucos meses após a morte da Alexandrina, até hoje publicaram-se sobre ela dezenas de livros. Dos principais, dá-se aqui individualmente conta. A maior parte deles saíram em italiano, mas houve-os em português, em inglês, espanhol, francês, etc. Sobre a Santa Cruz, destaca-se o trabalho do P.e Leopoldino publicado no Boletim Póvoa de Varzim e precedido, entre 1933 e 1935, por uma série de artigos, da autoria do mesmo pároco de Balasar, saídos no jornal A Propaganda.
Boletim de Graças. O Boletim de Graças da Beata Alexandrina foi fundado em Julho de 1957 pelo Dr. Dias de Azevedo, que o dirigiu até Agosto de 1970. Mais adiante, quando se editavam mais de 30.000 exemplares mensais, foi suspenso. Durante esta primeira série, teve períodos de muito brilho, com a colaboração do fundador e, ao tempo do Processo Informativo Diocesano, com a do P.e Humberto. Desde 2005, publica-se uma segunda série. Ao longo do ano de 1956, o P.e Leopoldino dedicou vários artigos à Alexandrina no Ala Arriba.
Braga. Sede da arquidiocese a que a Alexandrina pertenceu. É uma cidade de fundação romana – fundou-a Octávio César Augusto ao tempo da sua campanha contra os Ástures e Cântabros; é conhecida como a Roma Portuguesa. A Arquidiocese de Braga é das mais antigas da Península. A Alexandrina foi a Braga ao Congresso Eucarístico Nacional de 1924.
Brito, S. João de. Santo jesuíta do século XVIII datas (?), canonizado em 1947. O acontecimento foi muito celebrado na Póvoa. No quarto da Alexandrina conserva-se uma pequena estátua dele. O P.e Humberto foi a Roma à canonização e na ocasião encontrou-se lá com o Arcebispo bracarense. Também foi a Roma a família do Sr. Sampaio, da Trofa.
Calovi, Heitor. Sacerdote salesiano italiano que passou a maior parte da vida em Portugal e que desde cedo acompanhou, com o P.e Humberto Pasquale, o que se passava com a Alexandrina. Dactilografou várias cópias dos seus escritos e teve papel relevante ao tempo do Processo Informativo Diocesano, de que foi postulador. Durante muitos anos prestou serviço na Nunciatura Apostólica de Lisboa. Faleceu em 2007 ?
Calvário. Em Balasar, como em muitas outras paróquias, existiu em tempos um calvário: três cruzes ao alto. Como, até 1907, a Igreja Paroquial se encontrava onde está agora o cemitério e por junto dela passava a estrada que vinha das Fontainhas e que seguia para Fradelos, o calvário ficaria certamente à margem dela, no troço ascendente que vai em direcção à Casa da Alexandrina, ali muito perto. Depois, o nome passou a designar o “monte” onde esse calvário se erguia. Hoje o Calvário é um lugar muito povoado. A aparição da Santa Cruz ocorreu no sopé dessa colina, a norte, próximo da ponte.
Cama. Na casa da Alexandrina, no Calvário, conservam-se duas camas de que ela se serviu. A que está no quarto é mais recente e parece-se com as camas que se usavam até há pouco nos hospitais. A outra está numa pequena divisão da casa, próximo do quarto. A mudança ocorreu em 1941.
Caminhos de Balasar. Livro.
Campos, Manuel Fernandes de Sousa. Sacerdote natural de Balasar, onde nasceu em 1855, que paroquiou a freguesia entre 1885-1919. Foi ele que, nos anos finais da Monarquia, meteu mãos à obra para construir a actual Igreja Paroquial, que teve depois de entregar aos republicanos. Assina o registo de baptismo da Alexandrina; o Salto data do seu tempo.
Canonização. Se beatificação não expõe por si o beato à devoção de toda a Igreja, o mesmo não sucede com o santo canonizado. Os passos que levam à canonização são muito mais simples do que aqueles que é indispensável percorrer do Processo Informativo Diocesano até à beatificação.
Capela de Nossa Senhora das Dores. Capela poveira dedicada a Nossa Senhora das Dores que a Alexandrina frequentou quando esteve na Póvoa. Como ela havia de ser uma mulher do Calvário, convém reter que as capelas que ali documentam as Dores de Nossa Senhora a podem ter elucidado sobre a realidade do sofrimento co-redentor. Ao tempo da Alexandrina, era reitor da capela o culto P.e José Cascão, que também dirigia a Pia União das Filhas de Maria, o que muito incomodava os radicais republicanos.
Capelas da Santa Cruz. Duas
Carmo, Mendes do. Sacerdote da Diocese da Guarda, professor   últimos anos e últimos momentos. Prefácio de Alexandrina. Figlia 470
Carrá, Ermenegildo. Sacerdote salesiano, superior do P.e Humberto, ao  Cga pp 792 ss.
Cartas a Diversos.  Livro da Alexandrina. Lista completa dos destinatários
Carta de Sentença Cível de Património da Capela da Santa Cruz de Jesus Cristo colocada na freguesia de Santa Eulália de Balasar. Longo e precioso documento datado de 1834, muito próximo da aparição da Santa Cruz. Parte das diligências decorreram logo em 1832, em tempo do reitor António José de Azevedo, outras ocorreram em 1834, após a vitória liberal, quando a autoridade máxima da arquidiocese, o vigário capitular, era um intruso e paroquiava Balasar o P.e Domingos José de Abreu, estando expulso o Reitor Manuel Gonçalves.
Cartas ao P.e Humberto Pasquale. Livro da Alexandrina.
Cartas ao P.e Mariano Pinho. As cartas da Alexandrina ao P.e Mariano Pinho, que vão de 1934 a 1955, são quase um diário. No ano de 1943, a Alexandrina não lhe escreveu por pensar que isso estava implícito na proibição de o P.e Pinho a contactar. Summarium  
Cartas do P.e Mariano Pinho. Desconhece-se o paradeiro das cartas do P.e Pinho à Beata Alexandrina; o episódio da sua devolução temporária. pediram-nas à Alexandrina 27/2/42
Carvalho, Abílio Garcia. Médico natural de Mouquim, V.N. de Famalicão, onde nasceu a 18 de Julho de 1890 e que veio a falecer em S. Julião do Calendário, V.N. de Famalicão, a 26 de Janeiro de 1941. Tendo casado após o regresso do serviço militar na Segunda Guerra Mundial, foi viver para a Póvoa de Varzim, onde chegou a ser presidente da câmara municipal; interveio em vários congressos católicos, criou associações de beneficência e de piedade e assistiu medicamente a Alexandrina desde o tempo do Salto até 1941. Pio XII concedeu-lhe a Comenda de S. Gregório Magno.
Casa de Gresufes. A casa de Gresufes onde a Alexandrina nasceu, pertença dos seus avós maternos, possuía sobre o portal da entrada um lintel com a data de 1764, que seria com certeza a data duma reconstrução. Do tempo da Beata só resta hoje a cozinha, onde ela foi dada à luz, já que na segunda metade do séc. XX foi de novo reconstruída quase na totalidade. Recentemente foi recolhida uma ferragem do antigo portal, com a sua aldrava. Estacasa de lavoura da Alexandrina era de gente medianamente abastada.
Casa do Calvário. Pouco depois de ter regressado da Póvoa de Varzim, Alexandrina foi viver para a Casa do Calvário. Quando a sua mãe recebeu a casa, no primeiro andar, havia só a sala e um quarto do lado nascente. Não devia ser edifício antigo. A cozinha ficaria sob a sala ou em pequeno anexo lateral, para sul, em baixo. A D. Ana ampliou-a por duas vezes, primeiro para nascente, acrescentando-lhe dois quartos, e, mais tarde, construindo os anexos que estão para o lado sul. Esta casa, de modo particular o quarto e a sala, é um espaço da maior importância para a biografia da Alexandrina; tudo lá tem valor de relíquia. Foi aí que teve lugar o Salto, que ela sofreu a paixão, que viveu o jejum, que teve os seus colóquios com Jesus e Nossa Senhora, que recebeu as visitas do P.e Mariano Pinho e do P.e Humberto, de muitas outras pessoas de nível cultural e estrato social muito variado, aí ditou os seus escritos. Para os amigos da Alexandrina esta casa é, na sua humildade, um verdadeiro monumento.
Cascão, José. Sacerdote poveiro, reitor da Capela de Nossa Senhora das Dores e fundador, na mesma capela, da Pia União das Filhas de Maria. Amigo do P.e Leopoldino e malquerido dos republicanos, possuiu uma rica biblioteca e publicou mesmo alguns opúsculos.
Cegueira.
Cemitério paroquial. Já se falava em Balasar de cemitério ainda em tempo da Igreja do Matinho. Após a demolição desta igreja, ele foi muito ampliado, o que deve a ter impressionado bastante, mesmo a própria Alexandrina. data do portão. Imagens e referências. Alargamento mais tarde.
Cerejeira, Manuel Gonçalves. Cardeal-patriarca de Lisboa (Lousado, Vila Nova de Famalicão, 29/11/1888 – Lisboa, 2/8/1977), foi professor universitário antes de ser elevado a bispo. Ordenou o P.e Humberto Pasquale e com ele manteve relacionamento estreito; esteve, por isso, desde cedo a par do que se passava com a Alexandrina. O P.e Humberto dedicou-lhe o Cristo Gesù in Alexandrina. Publicou algumas obras de grande alcance cultural. Figlia 449, cga p 549 nota, O Senhor Cardeal manda-me dizer várias coisas, incute-me confiança; "que não estou enganada na minha vida, como tanto me parece, que peça por ele, que ele pede por mim também, todos os dias na Santa Missa me coloca na patena e me oferece ao Senhor. E mais coisas lindas que eu não sei dizer." (carta ao P.e M. Pinho, 9-1-50);  “O Sr. Cardeal é muito meu amigo. Mandou-me, há dias, umas palavras muito, muito reconfortantes: que ao inaugurar a Basílica de Fátima pensou em Balasar. Que me colocou na patena e me ofereceu ao Senhor como vítima pelos pecadores. E mais coisas ainda” (carta ao P.e M. Pinho, 3-11-53). Lembrou-a na sagração da Basílica de Fátima e chamou-lhe um dia Após a morte, visitou a casa e a campa.
Chagas, Fr. Manuel das. Sacerdote franciscano; nascido a 17 de Novembro de 1850, no lugar da Borralha, perto de Águeda, entrou na Ordem Franciscana a 22 de Maio de 1868, professou no ano seguinte, a 22 de Maio de 1869 e foi ordenado presbítero a 27 de Agosto de 1873. Foi um pregador de grande valor, muito prolífero: pregou o seu primeiro sermão durante a Quaresma de 1875 e o último a 15 de Abril de 1923, antes de falecer em Tuy, na Espanha, a 17 de Maio de 1923. Conta-se que, durante estes quarenta e oito anos de intenso apostolado, pregou 8.140 sermões, isto é, ao ritmo de um cada dois dias.
Chaminé. Balasar possui ainda um vasto conjunto de antigas chaminés que se poderiam classificar de monumentais. Era sob elas que ficava a lareira, mas havia também bancos onde, nas noites de inverno se fiava, se conversava e rezava. A chaminé foi precedida pela trapeira, abertura rudimentar no tecto da cozinha por onde se escoava o fumo.
Charlatães da mística. A partir do artigo de A. Veloso. Casos de pretensos de santidade, com estigmas, com   No campo da literatura, há um caso muito curioso, o d’A Sibila, de Agustina Bessa-Luís. A protagonista porém é sempre analisada com grande objectividade pela narradora, não secundando senão muito de longe as opiniões populares sobre ela. Caso diferente é o da Blimunda, no Memorial do Convento. Os pretensos poderes sobre-humanos desta personagem são fundamentais para a intriga. No sebastianismo da Mensagem de Fernando Pessoa também há muita charlatanice.
Chave de prata ou ouro. Cga p 712
Coimbra, Leonardo. Professor, filósofo e político (Borba de Godim, Lixa, 30 de Dezembro de 1883 — Porto, 2 de Janeiro de 1936) que ensinou no liceu poveiro entre 1912 e 1914. Passou breve período em Balasar, na Quinta de Balasar, então pertencente ao Dr. António da Silva Leitão.  Data daí um prefácio     . ver página da quinta
Colégio do Sagrado Coração de Jesus. Parado, quando a Alexandrina esteve na Póvoa, lembrava as Irmãs que o tinham tido em funcionamento e a espoliação republicana.
Colóquios. No caso da Alexandrina, fala-se de colóquios para designar os seus diálogos com Jesus e Nossa Senhora e que conhecemos principalmente pelos Sentimentos da Alma e pelas Cartas ao P.e Mariano Pinho. Classificação. Cantados, públicos, de fé.
Comboio. Ao tempo da Alexandrina, Balasar era atravessada pela linha do caminho-de-ferro da Póvoa de Varzim para V.N. de Famalicão, havendo na freguesia uma estação, nas Fontainhas, e um apeadeiro, no Telo. Ela fez certamente várias vezes a viagem  para a Póvoa e regresso.
Comissão Examinadora. Comissão nomeada em 1943 por D. Bento Martins Júnior para estudar a Alexandrina. Era presidida pelo cónego Molho de Faria e integrava ainda os Padres Álvaro Dias, José Magalhães Alves da Costa e P.e Leopoldino Mateus, então pároco de Balasar. O seu relatório e proposta deram origem a uma tomada de posição pública do Arcebispo, altamente desfavorável à Alexandrina. Com o decorrer dos anos, o trabalho da comissão caiu em descrédito e foi depois severamente criticado por altura do Processo Informativo Diocesano. Figlia 315 cga p- 338 nota, p. Leopoldino (não assinou o relatório)… Comentário em Cga  p 777 e ss. E relatório das pp 784 e ss Nos anos finais da Alexandrina organizou-se uma nova comissão que não chegou a efectuar qualquer estudo. nova comissão, Cga p 550, 562, nota.
Comunhão. Anjos, Jesus.
Congresso Eucarístico Nacional. Na sequência do alívio das proibições republicanas relativas às manifestações religiosas, realizou-se em 1924, em Braga, um concorridíssimo e historicamente importante Congresso Eucarístico Nacional. Embora já com muito custo, a Alexandrina não deixou de marcar nele presença. Intervieram então pessoas que hão-de vir  a ter alguma relação com a Alexandrina, como o futuro Cardeal Cerejeira e Salazar. Poucos meses depois de acamar, teve também lugar na Póvoa de Varzim um congresso eucarístico de dimensão arquidiocesana.
Congresso Eucarístico Diocesano. Leopoldino.
Congregação dos Missionários do Espírito Santo. Os Missionários do Espírito Santo foram muitas vezes e durante muitos anos visitas da Alexandrina.

Cont. 2


Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria. Uma das coroas de glória da Alexandrina é sem dúvida o papel determinante que teve na Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria. Começou a ser-lhe pedida por Jesus em 1935, com o objectivo de honrar a Mãe de Deus e livrar a humanidade dos muitos males que a ameaçavam, mas só veio a ser concretizada em 31 de Outubro de 1942, em plena Guerra Mundial. A seguir à Consagração o conflito entrou numa fase claramente favorável aos Aliados. Há uma frase de Chuchill que, indirectamente, confirma a reviravolta verificada no conflito: "Before Alamein we never had a victory. After Alamein we never had a defeat." – Winston Churchill. Ora os combates de Alamein estavam a decorrer e terminariam bastante mais à frente. A Consagração ocorreu integrada nas comemorações dos 25 anos das Aparições de Fátima e certamente por isso o seu alcance escapou no imediato a muita gente, como o testemunha a imprensa dos dias que se lhe seguiram. Paixão, o início do Jejum . Na imprensa: O Mensageiro de Maria referia-se assim ao grande acontecimento, em Crónica de Roma: «A radiomensagem foi escutada por toda a colónia portuguesa de Roma (cerca de 60 pessoas), numa sala do Vaticano, onde em seguida o Santo Padre nos deu audiência, o que foi uma deferência, não só pelo caso em si, mas ainda por se realizar já noite fechada, o que é contra todos os protocolos do Vati­cano. Claro está que o melhor foi a Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, tão inesperada que quando a começamos a ouvir, nos perguntamos, se aquilo seria a valer e oficialmente. As dúvidas foi o próprio Papa quem as dissipou, pois a primeira coisa que fez, ao entrar na sala da audiência, foi perguntar-nos se estávamos satisfeitos com a Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, que aca­bava de ter lugar em cumprimento do pedido feito por Nossa Senhora de Fátima». Não é de Fátima…
Mensageiro de Maria, Fevereiro de 1943, transcrevendo «A Defesa» de 26-12-942.
Conversões. Cga p317, p 462,
Cooperadora salesiana. O P.e Humberto inscreveu a Alexandrina nos Cooperadores Salesianos ainda antes de assumir a sua direcção espiritual. Esta ligação aos Salesianos foi muito frutuosa, como na recolha dos seus escritos (que estes dactilografaram) e assumiram-se como seus principais divulgadores. Foi da maior importância o papel que desempenharam no Processo Informativo Diocesano. 
Co-redentora. “Ajuda-me na redenção da humanidade” (11-10-1934). “Sou vossa vítima!” A vivência da Paixão e a dor imensa que sofreu. Figlia 557, cga p. 185 nota,
Costa, Ana. A mãe da Alexandrina (Balasar, 21 de Janeiro de 1887 – Balasar, 24 de Janeiro de 1961) não era filha de gente pobre, nasceu antes numa casa medianamente abastada. Por isso ela pôde conhecer o pai das suas filhas no Gerês e mais tarde proporcionar-lhes uma educação que nem todos podiam dar às crianças do sexo feminino. Caso o homem a quem se entregou tivesse tido a hombridade de se manter fiel à paixão que ela lhe dedicou, D. Ana Costa não teria sofrido a humilhação de ser, ao longo dos anos, uma mãe solteira e por isso apontada como menos exemplar. Quando se viu traída, deu uma volta completa à sua vida, tendo acabado por ser admirada por todos na dedicação às filhas e à paróquia e na sua piedade. Jesus prometeu-lhe o Céu sem passar pelo Purgatório.
Costa, Custódio José. Balasarense do lugar de Lousadelo que empenhou os seus haveres e saber na dignificação da Santa Cruz de Balasar, promovendo a construção da capela e a criação da confraria. Foi um homem providencial: brasileiro solteiro e abastado, em tempo de grande crise política e social, pugnou afoitamente pela dignificação da nova devoção; as perturbações políticas do tempo afectaram a profundamente a classe sacerdotal.
Crise económica em Balasar. Pelos anos 30 do séc. XX, verificou-se em Balasar uma muito falada e prolongada crise económica de dimensão local cujas causas não estão apuradas com rigor; coincide com as dificuldades sentidas em casa da Alexandrina. Estas hão-de ter sido muito agravadas pelo facto de a sua mãe ter tomado parte no apedrejamento dos protestantes e portanto ter de dar o seu contributo para reparação ordenada pelo tribunal.
Cristo Gesù in Alexandrina. Livro antológico organizado pelo P.e Humberto Pasquale (1973), mas com autoria atribuída à Alexandrina. Saiu em edição não comercial. Depois da dedicatória ao Cardeal Cerejeira e de um prefácio pelo P.e Humberto, alonga-se a parte principal do livro, sob o título de “Conto a minha Vida”, que vai até à página 698. Segue-se depois um extenso e precioso apêndice documental, predominantemente constituído por documentos cuja autoria não é da Alexandrina, o qual se prolonga até à página 828. Foi certamente esta antologia que deu força às paixões que à mística de Balasar dedicaram na Itália homens da craveira de Óscar Luigi Scálfaro e Giorgio La Pira. Foi traduzida aos poucos para alemão numa revista mariana salesiana. Referimo-lo aqui pela sigla Cga.
Cronologia.

1904: em 30 de Março nasce em Balasar. Em 12 Abril, Sábado Santo, é baptizada.
1911-1912: de Janeiro de 1911 a Julho de 1912, na Póvoa a frequentar a escola primária. Aí recebe a primeira Comunhão e o Crisma.
1918: em Sábado Santo salta duma janela para salvar a sua pureza.
1919: falece o pároco de Balasar, que é substituído pelo P.e Manuel de Araújo.
1922: primeira viagem ao Porto para ser examinada pelo médico espe­cialista Abel Pacheco, o qual avisa que ela não curará. Acama por 5 meses consecutivos.
1923: em Março morre a avó materna: primeira grande dor.
1924: em 27 de Março, segunda viagem ao Porto, onde o especialista João de Almeida prevê a paralisia. Em Junho participa com grande sacrifício no Congresso Eucarístico Nacional em Braga.
1925: em 14 de Abril acama para não se levantar mais.
1928: Peregrinação paroquial a Fátima: esperanças num milagre de cura.
1928-1930: não tendo obtido a graça da cura, começa a compreender que a sua missão é ser vítima pela salvação das almas. Começa a pedir amor ao sofrimento. A Alexandrina, que era membro da Associação do Sagrado Coração de Jesus, deve conhecer o Mensageiro, que fala de S. Margarida Maria Alacoque e da reparação.
1931-1932: seu cântico de oferta aos sacrários e primeiros fenómenos místicos. Sente que a sua missão é: "sofrer, amar, reparar".
1932: apedrejamento dos protestantes em Balasar, em que é envolvida D. Ana Costa. Primeiro centenário da Santa Cruz.
1933: em Julho, o P.e Leopoldino vem para pároco de Balasar em substituição do P.e Manuel Araújo, que fora exonerado. No final do ano, inicia a publicação do seu estudo sobre a Santa Cruz.
Entre 16 e 19 de Agosto tem o primeiro encontro com o Jesuíta P.e Mariano Pinho, que se tornará o seu director.
Em 18 de Outubro associa-se às "Filhas de Maria".
Em 20 de Novembro é celebrada pela primeira vez a S. Missa no seu quartinho. Neste Novembro começa a sofrer pela perda dos bens materiais. É hipotecada a casa.
1934: faz o "voto do mais perfeito".
Nos dias 6, 7, 8 de Setembro ouve de Jesus o repetido convite a deixar-se crucificar, de modo concreto. Jesus faz-lhe sentir o seu amor; a Alexandrina corresponde.
Em 14 de Outubro escreve com o sangue o seu juramento de amor a Jesus.
Desde o fim de Agosto o demónio começa a atormentá-la na imaginação.
1935: Em Maio começa a devoção das florzinhas a Nossa Senhora.
Em 30 de Julho, ouve Jesus expor-lhe pela primeira vez o seu desejo de que o mundo seja consagrado ao Coração Imaculado de Maria.
1936: em 7 de Junho, festa da Santíssima Trindade, experimenta a primeira morte mística.
1937: No fim de Abril chega às portas da morte; durante 17 dias está sem poder ingerir nada, excepto a Hóstia consagrada.
Em 31 de Maio recebe a visita do Rev. P.e António Durão, enviado pela Santa Sé para a questão da consagração do mundo à Nossa Senhora.
Desde Julho, perseguições da parte do demónio, com manifestações visíveis (atira-a abaixo da cama).
Em 23 de Outubro cessa esta forma de perseguição; começa uma outra mais oculta, mas dolorosíssima.
1938: visita pastoral a Balasar pelo Bispo de Arena.
Em 3 de Outubro, em êxtase, revive a Paixão pela primeira vez, desde o meio-dia às 15.
Em 24 de Outubro o P.e Pinho, a seguir ao dito fenómeno, escreve ao Papa Pio XI para pedir a consagração do mundo.
Em 6 de Dezembro, terceira viagem ao Porto, para radiografias (Dr. Roberto de Carvalho). Depois, estada no Colégio das "Filhas de Maria Imaculada", com exame da parte do Dr. Pessegueiro. Volta a casa em 11 de Dezembro.
26 de Dezembro, visitada em casa pelo Dr. Elísio de Moura, psiquiatra.
1939: em 5 de Janeiro, primeira visita do cónego Vilar, enviado pela Santa Sé para a questão da consagração do mundo. Aumento dos sofrimentos físicos.
Em Novembro, uma benfeitora de Lisboa liberta a casinha da hipoteca.
1940: em 4 de Julho oferece-se como vítima, com outras almas-vítimas, para obter que ao menos Portugal seja poupado da guerra.
Em 5 de Setembro escreve de seu punho, com grande sacrifício, uma carta ao Patriarca Cerejeira e uma outra a Salazar.
Em 6 de Dezembro ouve Jesus assegurar que o Papa será fisicamente poupado da guerra.
1941: falece o Dr. Abílio Garcia de Carvalho. Em 29 de Janeiro, o primeiro encontro com o médico Azevedo, que se tornará o seu médico assistente até à morte.
Em 1 de Maio o Dr. Azevedo chama a consulta o Dr. Abel Pacheco.
Em 15 de Julho, quarta viagem ao Porto; consulta com o Dr. Araújo.
Em 29 de Agosto, o P.e José Alves Terças assiste ao êxtase de Paixão e verbaliza-o para depois o publicar.
1942: em 7 de Janeiro, visita de despedida do P.e Pinho.
Em 27 de Março revive pela última vez a Paixão com movimentos. Ao mesmo tempo começa o jejum total com anúria.
Em 3 de Abril, sexta-feira santa, começa uma segunda morte mística.
Em 31 de Outubro recebe de Fátima o telegrama do P.e Pinho com a notícia de que Pio XII fez em língua portuguesa a consagração do mundo à Nossa Senhora. Celebrava-se o Jubileu das Aparições.
1943: de 10 de Junho a 20 de Julho está hospedada no Hospital de «A Foz do Douro».
Em 11 de Novembro ouve Jesus confirmar-lhe que Portugal não entrará na guerra.
No mesmo mês de Novembro escreve, com grande sacrifício, uma carta de encorajamento ao Papa.
1944: em 16 de Junho é emanado o Parecer da Comissão no­meada pelo arcebispo de Braga.
Em 21 de Junho, primeiro encontro com o salesiano P.e Humberto Pasquale.
Em 25 de Junho o arcebispo emana uma Circular a ordenar que se faça silêncio sobre «pretensos factos extraordinários».
Em 15 de Agosto inscreve-se nos Cooperadores Salesianos.
Num êxtase de Dezembro Jesus chama-lhe «mãe dos pecadores» e, juntamente com Nossa Senhora, fecha-lhe no coração a humanidade, confiando-lha.
1945: com o agravamento das condições físicas, começa um mal-estar nos olhos, que não podem suportar a luz.
Desde Agosto, durante cerca de três meses, perde diariamente sangue.
Intensifica-se a acção do demónio, como forma de reparação, sem­pre sem assaltos materiais.
1946: em 3 de Outubro é enfaixada e posta sobre duras tábuas.
Em Novembro deve submeter-se a novos exames que a fazem sofrer muito.
1947: de seu punho, com grande esforço, escreve uma carta-testamento para os pecadores.
Neste ano começa a sentir a dor dos estigmas.
1948: em 14 de Julho escreve o segundo testamento espiritual endereçado aos pecadores.
Em 23 Setembro recebe a última visita do P.e Humberto Pasquale. S. João de Brito…
Em Dezembro começa a visitá-la o secretário do arcebispo de Braga, P.e Sebastião Cruz.
1949: as suas condições físicas continuam a piorar: tem muitas vezes fortes febres com dores triturantes.
Visita pastoral de D. António Bento Martins Júnior a Balasar.
Em 1 de Outubro aparece-lhe a Virgem do Rosário com o terço, com o qual quer que envolva o mundo.
1950-1951: em 14 de Abril de 1950 festeja as suas bodas de prata com a cama.
Cresce o número das pessoas que a visitam.
Santa Missão.
1952: em Setembro o arcebispo de Braga emana uma nova Circular com proibição de tais visitas, mas no fim de Novembro tal proibi­ção é suspensa, pelo que regressa ainda mais forte o afluxo das visitas: está em pelo desenvolvimento a sua missão de evangelização.
1953: Este ano é surpreendentemente excepcional pela evidência, nela, da acção divina: só de Deus lhe pode a força para suportar o peso de multidões de visitas que, divididas em grupos, passam aos milhares junto à sua cama.
Tem números êxtases públicos, alguns das quais estão registados; alguns são cantados. Em 25 de Dezembro tem o último êxtase público. 
1954: em Abril decorre o 12° aniversário do começo do seu jejum total. 
1955: em 7 de Janeiro ouve da Jesus anunciar-lhe que está no seu ano.
Em 6 de Maio aparece-lhe Nossa Senhora prometendo-lhe vir em breve levá-la para o Paraíso.
Em 13 Outubro voa ao Céu.

Crucifixão. A Alexandrina chamava crucifixão à sua vivência da Paixão. O P.e Alves Terças deixou uma descrição minuciosa da Paixão vivida em .
Cruz, Sebastião. O P.e Sebastião Cruz, nascido em 1918 e falecido em 1996, teve junto da Alexandrina um lugar importante nos seus últimos anos; foi professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e secretário do Arcebispo Primaz. Ajudou a mudar a opinião do Arcebispo sobre a Alexandrina, depôs no Processo. obras, Ver Enc verbo e Figlia 454 ss, cga p 623 nota; p 821. P.e Ramirez beneditino, Friburgo, P.e Luís Filipe Cavallero (Santiago de Compostela), Dr Gregório Pereira. “O secretário do Sr. Arcebispo, que é o Dr. Sebastião Cruz, trouxe aqui um cónego e professor de Salamanca. Dizem que ia muito satisfeito. O Sr. Dr. Sebastião disse-me diante dele que sempre esteve e estava ao meu lado. Parece que vem um místico de Salamanca, para estudar o caso junto com ele e com o D. Abade de Singeverga, que já anda a contas com os escritos” (carta ao P.e M. Pinho 3-11-53).

Cont. 3


Cruzada Eucarística. A Cruzada Eucarística recebeu da acção do P.e Mariano Pinho um enorme incremento em Portugal. A Alexandrina também foi membro da associação, como o documenta o seu emblema. Saiu na revista Cruzada um relato da instalação em Balasar desta aguerrida e infantil associação.
Cruzeiro de Balasar. O actual Cruzeiro de Balasar data de 1955, do tempo do P.e Leopoldino e do final da vida da Alexandrina; é cópia do da freguesia de Vairão, do concelho de Vila do Conde.
Cunha, D. Manuel Baptista da. Arcebispo de Braga que faleceu em Vila do Conde em exílio, em 13 de Maio de 1913, aonde chegara em 19 de Dezembro do ano precedente. Daí a Alexandrina não ter sido crismada pelo arcebispo da sua diocese, mas pelo então Bispo do Algarve.
Decreto das Virtudes Heróicas. Este decreto culminava uma longa caminhada, que incluía o Processo Informativo Diocesano e o estudo dos seus escritos por peritos nomeados pela Santa Sé. Nele se reconhecem oficialmente as virtudes e feitos da Alexandrina. A publicação do Decreto das Virtudes Heróicas em 1996 foi um passo que abriu as portas à beatificação, que ocorreu oito anos depois.
Deolinda. Irmã mais velha da Alexandrina (Balasar, 21/10/1901 – ibidem, 6/12/1982) e sua companheira inseparável, como enfermeira e secretária. Profissionalmente era costureira. Jesus prometeu que ela iria directamente para o Céu, sem passar pelo Purgatório.
Desconectação dos ossos. Cga p 377
Diário Autógrafo.  Livro da Alexandrina.
Dias, Oliveira. Sacerdote jesuíta, amigo do P.e Mariano Pinho, professor no Seminário Conciliar, visitou frequentemente a Alexandrina até ir para o Brasil. Deixou uma obra muito apreciada sobre oratória sacra, intitulada Elementos de Arte Concionatória. Foi director espiritual duma freira, a que se chamou Abscôndita e em que ele supôs erradamente que se manifestavam fenómenos místicos muito palpáveis.
Ditadura. 1926-1933
Doenças.  Cga p. 755 ss; Dr. Azevedo
Durão, António. Sacerdote jesuíta. Em 30 de Maio de 1937, veio colher informações relativas à Consagração, junto da Alexandrina, por ordem da Santa Sé. As referências que sobre a visita ela escreveu na Autobiografia deixam do P.e António Durão a melhor imagem. Figlia 439
Dúvidas contra a fé.
Eis a Alexandrina. Livro escrito pelo P.e Humberto Pasquale, no seu original italiano tinha o título de Voleva Chiudere l’Inferno (Queria fechar o Inferno). Surgiu como preparação para o Processo Informativo Diocesano. A edição portuguesa data de 1967.
Entrega da Humanidade.
Escola de Mónica Cardia. Era este o nome da escola primária que a Alexandrina frequentou na Póvoa. A patrona desta escola foi uma ilustre poveira do século XVII, “beatificada pelo povo”; deixou um legado à Confraria do SS. Sacramento, pa­ra com os seus rendimentos se fazerem perpetuamen­te as cerimónias da Semana San­ta. A professora que lá ensinava chamava-se
Escolas de Balasar. Hoje existem várias escolas do ensino básico em Balasar, mas não era assim ao tempo da infância da Alexandrina. Nomeadamente não existia ensino para meninas. Professores
Escritos.
Escudetes de fechadura. Expressão com que se designam as vistosas e artísticas ferragens que noutros tempos ornavam a fechadura dos portais das casas de lavoura. Em Balasar ainda se vêem dezenas deles, em diferentes estados de conservação.
Esculturas da Alexandrina. Está ainda por esculpir uma boa imagem da Alexandrina, que misture realismo e criatividade. Isso implica o estudo das suas fotografias, do modo feminino de vestir no seu tempo. Além da escultura (de má qualidade) que se encontra junto ao túmulo em Balasar, existe uma outra na igreja paroquial da Estela.
Espanha. M
Estado Novo. A Alexandrina pôde testemunhar na Póvoa os terríveis desmandos republicanos, que levaram à expulsão dos Jesuítas, das Irmãs Doroteias, das Irmãs de Caridade e, mais tarde, à do pároco poveiro. O P.e Mariano Pinho fez quase todos os seus estudos no estrangeiro, como exilado. Inevitavelmente, estas pessoas, como o comum dos Portugueses, tiveram uma atitude de grande aceitação face ao regime do Estado Novo, que resgatou a Igreja Católica das humilhações sofridas durante a República. o Dr. Abílio Garcia de Carvalho, que também sofreu vexames da República, foi talvez a figura mais destacada do novo regime na Póvoa de Varzim dos anos Trinta. Salazar visitou a Póvoa em 1933 porventura principalmente por seu empenho que, com o objectivo de estudar a possibilidade de levar por diante as obras do porto de pesca. O Dr. Abílio Garcia de Carvalho veio a Balasar instalar a comissão   em Julho de 1933, cerca de um semana antes da chegada do P.e Leopoldino. Era das Fontainhas e chamava-se José António de Sousa Ferreira um vereador das câmaras a que presidiu o mesmo Dr. Abílio Garcia de Carvalho. O P.e Leopoldino não foi uma figura de proa do regime, mas foi sem dúvida um seu decidido apoiante. Também se distinguiu como apoiante do regime Joaquim António Machado, que era de Gresufes e era o pai da Mariazinha Machado, que foi presidente da junta longos anos. Um homem que tem ligação a Balasar e que foi também uma figura grada do salazarismo foi o Dr. Josué Trocado. Salazar, a quem a Alexandrina escreveu em  , visitou as obras de restauro da Igreja Românica de Rates em  
Este. Afluente do rio Ave, este pequeno rio, que nasce junto a Braga, serpenteia através de Balasar e no Inverno galga as margens e alaga os campos vizinhos. Durante muito tempo, constituiu uma barreira natural a dividir a freguesia. Já na Idade Média se construíram sobre ele pontes no Casal e no Vau; antes houve um ou dois “portos” (certamente vaus). Desde tempos antigos, o Este proporcionou a construção de represas que moviam moinhos (hoje não há nenhum). Na obra da Alexandrina encontram-se algumas alusões a este rio e mesmo a um moinho. Cga p. 344 nota
Estigmas. Os estigmas da Alexandrina foram reais e dolorosíssimos, mas ficaram invisíveis, a seu pedido.
Estilo. A Alexandrina é um caso literário original: ela não teve quase nenhuma instrução, mas escreveu muito e não raro com reconhecida qualidade literária. Nem sequer era uma autodidacta; podemos antes dizer que era uma inspirada: por vezes não entendia bem o que ditava. Verbalizava com correcção o seu pensamento, tinha uma expressão fluente, com um vocabulário diversificado, com recurso a imagens muito originais; ordenava os seus textos com inegável justeza. Possuía uma sensibilidade estética inesperada. Quer as cartas, quer os registos semanais dos sentimentos da alma seguem esquemas de certa fixidez, mas apesar disso evidenciam uma originalidade indesmentível. Escreveu principalmente prosa, mas também alguns poemas. Na prosa encontram-se por vezes fragmentos altamente poéticos. Novo texto do Summmarium
Eucaristia. Figlia 608
Eulália, Santa. Esta jovem santa do século IV (c. 292-304) nasceu e foi martirizada em Mérida, cidade da província de Badajoz, a menos de 100 km de Elvas. É a padroeira de Balasar. São detectáveis algumas semelhanças entre ela e a Alexandrina, nomeadamente a vigorosa opção de ambas por Cristo. Um pároco balasarense, o P.e António Martins de Faria, escreveu e publicou, em finais do século XIX, um extenso poemeto narrativo onde conta a vida de Santa Eulália e onde lhe exalta as virtudes. Balasar possui diversas imagens da sua padroeira.
Êxtases. Ficaram célebres sobretudo os êxtases da Paixão vivida pela Alexandrina com movimentos, a que assistiam várias pessoas e um dos quais foi filmado. Durante eles, ela era insensível ao mundo exterior. Mas ela mergulhou muitas mais vezes em êxtase. Às vezes fala-se indiferenciadamente em êxtases e colóquios (estes colóquios com Jesus e a Mãe de Deus ocorriam durante os êxtases). Fala-se de êxtases cantados, êxtases de fé
Faria, António Martins de. Pároco de Balasar entre 1873 e 1882, poeta e jornalista (Barcelos, 12/9/1837 - Póvoa de Varzim, 16/10/1913), foi depois para a paróquia de Beiriz (concelho da Póvoa de Varzim), que também tem como padroeira Santa Eulália. Além do poemeto sobre esta santa, publicou mais dois livros de versos. Foi arcipreste.
Faria, Molho de. Cónego da Sé primacial (Terroso, Póvoa de Varzim, 22/10/1904, Braga, 21/3/1982), professor do Seminário Conciliar e escritor, foi conterrâneo e colega do Mons. Vilar. O seu opúsculo O Caso de Balasar – Devoção aos Servos de Deus (1957?) é sobretudo uma alerta contra os exageros devocionais populares dirigidos à Alexandrina. Publicou várias outras obras. Figlia 459 ss
Fátima.
Fátima e Balasar. Opúsculo do P.e Humberto Pasquale que aproxima as revelações de Fátima e de Balasar. Não se trata de colar gratuitamente a Alexandrina a Fátima: o seu autor conheceu bem quer a mensagem de Fátima quer a própria Irmã Lúcia, com quem se correspondia, e redigiu este escrito na Itália e. Data tradução portuguesa ?. Numerosas edições em português. Data.
Feira das Fontainhas. Criada em 1929, chegou a ter um movimento muito expressivo, como o documentam notícias de jornais e até uma ou outra fotografia. A mãe da Alexandrina teve lá uma tenda para vender comida. Concursos pecuários, animação musical   Imagem Peregrina
Felício. Sacerdote jesuíta. Fala-se dele algumas vezes nos anos 30. 
Ferreira, Angelina. Professora poveira do ensino primário (30/3/1911-1/12/1993) que acompanhou desde cedo a Alexandrina. Mulher muito decidida, admiradora do Estado Novo, foi uma testemunha relevante no Processo Informativo Diocesano, sobretudo na defesa do bom nome do P.e Mariano Pinho, que o P.e Agostinho Veloso pretendia desacreditar. Verificar
Ferreira, António Gomes. Sacerdote natural de Balasar (datas- Terroso, Póvoa de Varzim, 1938), do Lousadelo, a Alexandrina conheceu-o decerto muito bem; foi arcipreste, mas nunca é mencionado na sua biografia nem nos seus escritos. Mas, por uma ou outra notícia do correspondente balasarense dos jornais da Póvoa, sabemos que visitou então a sua terra, como é natural.
Ferreira, João Alves. Médico de Macieira de Rates cga p 92 nota, p 758 “Foi o médico que a assistiu mais tempo” (P.e Leopoldino, 1943). Cga 774
Ferreira, José. Professor do ensino secundário na Póvoa de Varzim, integrou o Secretariado para a Beatificação da Alexandrina e nesta qualidade esteve na Praça de S. Pedro no dia da Beatificação. Antes e depois desta data, falou repetidamente sobre a Alexandrina na Rádio Onda Viva, além de a divulgar na imprensa escrita. Escreveu dois livros de carácter antológico: Vinde todos... à Descoberta da Alexandrina e Até aos Confins do Mundo. Foi colaborador assíduo do ex-Sítio Oficial e tem mantido correspondência com vários devotos e mesmo autores e editores estrangeiros da mesma Alexandrina, a quem presta apoio informativo. Tem em preparação, entre outros trabalhos, um desenvolvido estudo sobre a história de Balasar.
Ferreira, José António de Sousa. Este industrial das Fontainhas, que foi vereador das aldeias, do matadouro e do cemitério na câmara do Dr. Abílio Garcia de Carvalho (193  - 1940), teve papel importante na renovação viária de Balasar, nomeadamente na estrada que liga o lugar da Cruz à Gandra e a Fradelos – e que passa à porta da casa do Calvário – nos anos . Promoveu a electrificação da freguesia.
Ferreira, Lino. Na biografia da Alexandrina, Lino Ferreira é sobretudo o seu desapiedado vizinho e patrão de alguns meses e um dos energúmenos que se quis aproveitar das jovens que trabalhavam na sala da casa da D. Ana, provocando o Salto da Alexandrina, origem da sua paraplegia. Chegou à inaudita baixeza de convidar a adolescente Alexandrina para sua amante (P.e Humberto); possuiu uma mercearia. Terá sido ocasional correspondente d’O Comércio da Póvoa de Varzim. Republicano “democrático”, envolveu-se também na política local tendo inclusive presidido à Junta entre 1919 e 1923. Por altura do episódio do ataque aos protestantes, tratou a D. Ana com grande rudeza.
Ferreira da Silva e Sá, Manuel. Datas Manuel Ferreira da Silva e Sá foi um balasarense adoptivo a quem a freguesia muito deve, como dinamizador cultural. Natural de Leça de Palmeira, veio para chefe da estação das Fontainhas em 1 de Novembro de 1900 e aí se fixou definitivamente. Foi um homem de múltiplos ofícios e o principal impulsionador da criação da Feira das Fontainhas.
Figlia del Dolore, Madre di Amore. Quasi una Autobiografia. Esta quase autobiografia foi preparada pelos Signoriles e editada em 1990 pela Mimep-Docete. A tradução dos textos é dos mesmos Signoriles, mas a autoria é atribuída à Alexandrina. Pelo seu volume, este livro mede-se com o Cristo Gesù in Alexandrina. Ao fim de perto de 30 páginas introdutórias, inicia-se a primeira parte, a “Vida”, que vai até à página 485; a segunda parte, “Alguns Flashes sobre a Vida Interior”, termina na pág. 695. A partir daí até à pág. 744, encontra-se ainda um apêndice com documentos, predominantemente da própria Alexandrina. Trata-se duma obra de grande fôlego, a merecer há muito tradução para português. Aguarda-se (2010) a segunda edição.
Filhas de Maria. A Alexandrina pertenceu a esta associação de fiéis. Dada a sua piedade mariana, a filiação nesta associação dever-lhe-ia ser particularmente querida. Não se filiou pelo núcleo de Nossa Senhora das Dores, na Póvoa, pois o documento da sua inscrição data 18/09/1933, da Paróquia de Cavalões, V.N. de Famalicão.
Filhas do Coração Imaculado de Maria. Cga 704
Fiora, Luigi. Sacerdote salesiano italiano que teve um papel relevante ao tempo do Processo Informativo Diocesano. Escreveu a desenvolvida biografia do Summarium. É autor duma introdução ao Figlia del Dolore Madre di Amore. Postulador.
Florinhas de Maio.
Fontainhas. Importante lugar a norte de Balasar e distante do centro da freguesia. Foi despovoado até à chegada do caminho-de-ferro, quando aí se construiu uma estação. Feira e algumas indústrias significativas (Algot). Teve aí a sua sede o Coro Regional do Norte. Em 1937, chegou a ser proposto que Fontainhas substituísse o nome de Balasar (para evitar a confusão com a paróquia homónima do concelho de Guimarães); segundo essa proposta, este lugar ficaria a chamar-se lugar da Feira.  

Cont. 4


Fonte de S. Pedro de Rates. A Fonte de S. Pedro de Rates, no Casal, teve durante muitos séculos grande importância, pois pretendia-se que assinalava um iniludível milagre daquele santo. Foi vulgar os balasarense deixarem missas em sua honra. Desde que se constatou o carácter lendário de S. Pedro de Rates, a fonte ficou desacreditada e até votada a desprezo. Próximo dela ficava a antiga Igreja Paroquial de Balasar, a que sucedeu a ermida de Nossa Senhora da Piedade e depois a capela de S. Luzia.
Fotografias da Alexandrina. A primeira fotografia da Alexandrina data de 1929 ou 1930; a seguinte é de 1935 e foi tirada pelo P.e Pinho, dando ocasião a comentários maldosos; do período em que vivia a paixão com movimentos, há várias e em posições que mostram que durante esses momentos de êxtase não estava sujeita às limitações da paraplegia (até se vê de joelhos, mas em nenhuma aparece de pé). Há um pequeno e original conjunto, posterior, tirado na Trofa, aquando da segunda ? ida ao Porto; nele, ela vê-se ao ar livre e sentada, com naturalidade, coisa que não volta a acontecer. Do tempo do P.e Humberto, também há algumas, de anos diferentes. Do caixão. O fotógrafo Pelicano chegou a organizar uma pequena colecção de fotografias, que não eram só da Alexandrina, com a menção de “reprodução proibida”.
Fundação Beata Alexandrina. Criada em 2011. 
Galindo, Adela. Fundadora das religiosas dos Corações Trespassados de Jesus e de Maria, com sede em Miami, EUA, é natural de . Trata-se duma pessoa culta, que residiu certo período de tempo na Alemanha. O site dos Dois Corações possui uma das mais antigas páginas da Internet sobre a Alexandrina.
Gestrins. Lugar de Balasar, a norte do rio, onde, nos séculos iniciais da nacionalidade, existiu uma pousa real. Até ao século XVIII ao menos, a palavra escrevia-se Gestrim. 
Gomes, Alberto. Datas Sacerdote diocesano que foi confessor da Alexandrina, a pedido do P.e Mariano Pinho; desempenhou-se deste encargo durante longo período, às vezes com grandes dificuldades e até à morte dela. Fundou na sua paróquia de Travassos a Obra do Amor Divino. Livros.
Gomes, Irene. A poveira Irene Gomes, que era solteira, frequentava a casa da Alexandrina, como muitas outras pessoas da sede do concelho. Era duma família abastada; foi ela que, no dia do funeral, comprou pano para se fazer o vestido de Filha de Maria que a defunta havia de levar no caixão. Cga p 696 nota.
Gomes, Manuel da Costa. O P.e Manuel da Costa Gomes nasceu na freguesia de Paradela, Barcelos e faleceu na Póvoa em 1956. Foi pároco de S. José de Ribamar, Póvoa de Varzim, desde a criação desta paróquia, acumulando essa função com o cargo de Arcipreste de Vila do Conde e Póvoa de Varzim desde 1940 até à morte em 1956. A paróquia deve-lhe a dinamização da construção da actual igreja. Nela estava sediado o Apostolado dos Doentes, a que a Alexandrina pertenceu. Há ao menos uma carta da Alexandrina escrita num papel onde se pede para as obras dessa igreja. Por sua vez, o P.e Manuel da Costa Gomes, na qualidade de Arcipreste, terá junto do Arcebispo no sentido de esclarecer a injustiça que se estava a praticar contra a Doente do Calvário. Visitou-a ao menos em 1949 e escreveu-lhe. Segundo o P.e Leoldino,o falecido arcipreste Rev. Manuel da Costa Gomes tinha por ela (a Alexandrina) grande respeito e consideração como Director das Obras do Apostolado dos Doentes e a Alexandrina, sabendo da feira das oferendas em benefício das obras da Igreja de S. José, arranjou um rico cesto e chamou bastantes conhecidas e amigas para fazerem o mesmo”.
Gonçalves, Rosalina. Cga p 701
Gondifelos. Paróquia do concelho de V.N. de Famalicão, que confronta com Balasar a nordeste. Na Autobiografia, a Alexandrina conta um curioso episódio passado na sua igreja paroquial. Era de lá a tia de quem recebeu o nome. Gresufes chegou a ser anexa de Gondifelos.
Graça, António dos Santos. Político, jornalista e etnógrafo poveiro (16/01/1882- 07/09/1956), sucedeu a Sebastião Tomás dos Santos como administrador do concelho (6 de Julho de 1911). Foi assim sob a sua administração e em tempo em que a Alexandrina se encontrava na Póvoa que suspendeu o jornal que o Pároco da Matriz apoiava; o exílio do mesmo pároco aconteceu mais tarde, mas resultou da sua iniciativa. Como dirigente partidário da ala dita democrática do republicanismo, influiu naturalmente nos destinos de Balasar. Em tempos da República foi um carrasco do Catolicismo, tendo-lhe cabido a odiosa tarefa da nacionalização dos bens paroquiais. No seu opúsculo O Poveiro menciona as siglas da porta da Capela da Santa Cruz; propôs uma vez que a Póvoa entregasse Balasar a Vila do Conde para em troca receber a Poça da Barca, nas actuais Caxinas.
Granja, José Barbosa Granja. Pároco de Balasar que sucedeu em 2005 ao P.e Francisco de Azevedo. Manteve-se no cargo até 2010, ano em que passou a residir em Fátima.
Gresufes. Actualmente Gresufes é um lugar de Balasar, do seu extremo sudeste; foi lá que a Alexandrina nasceu. Na Idade Média foi sede de paróquia e pertencia a senhorio nobre; o seu orago era S. Salvador. Sabe-se que o topónimo se originou do nome Gresulfo. O lugar é um recanto relativamente isolado e portanto sossegado, com campos férteis, água abundante e vastas zonas de mata; houve em Gresufes algumas ricas casas de lavoura. A Gresufes, ia-se e voltava-se, pois os caminhos não tinham – nem têm -  qualquer seguimento. Nos tempos em que eles eram atalhos miseráveis, as pessoas no geral muito pobres e não havia meios de transporte públicos ou privados, pode-se dizer que o lugar seria de um isolamento extremo. No espaço que hoje é Gresufes, identificaram-se noutros tempos lugares como as Boucinhas e a Tinta. Da casa original que pertenceu à família da Alexandrina só se conserva a cozinha, uma vez que a parte restante foi reconstruída. Recolheu recentemente à Paróquia um dos escudetes do portal desta casa.
Grupo cénico. O professor primário António Costa criou um grupo cénico, que funciona junta da igreja Paroquial; mais tarde, foi criado um outro nas Fontainhas. Junto à Igreja, salão nas Fontainhas, ida a Forjães, Os Rambóias. A Morte de Abel.
Grupo folclórico.
Guerra, Abel. Sacerdote jesuíta que conheceu e apreciou a vivência mística da Alexandrina desde 1934; depôs no Processo Informativo Diocesano principalmente em defesa do bom nome do P.e Mariano Pinho.
Hino aos Sacrários. O Hino aos Sacrários é a mais conhecida das produções poéticas da Alexandrina; de acordo com o título é um poema de tema eucarístico. O P.e Mariano Pinho aproxima-o do Cântico do Sol de S. Francisco e do Benedicite. Os Signoriles
Ícone da Alexandrina. Doménica Ghidotti tinha pintado um ícone da Alexandrina para os Salesianos de Bréscia, em 2006. Atendendo à qualidade e originalidade da obra, o pároco de Balasar quis obter uma cópia para a sua igreja. Um grupo de italianos cotizou-se para o pagar. Quando ele veio 2007, os salesianos italianos promoveram a publicação de um opúsculo bilingue (italiano e português)… Cameroni, Pier Luigi - Alexandrina ícone della Pasqua del Signore 2007
Identificação com Cristo. Cga p 481 nota, p. 568 nota, 570 nota,
Identificação com o pecador.  Cga p 507 nota
Igreja do Matinho. Antiga igreja paroquial de Balasar, que ficava na parte norte do espaço ocupado actualmente pelo cemitério, vinha do século XVI, de quando a paróquia de Gresufes foi definitivamente anexada a Balasar, e foi demolida em 1907, ao tempo do começo das obras da actual. Presume-se que para a escolha do lugar onde foi construída terá contado o facto de ficar a distância sensivelmente igual entre o Casal e Gresufes e de se tratar já de terrenos paroquiais. No séc. XVIII foi alvo dum profundo restauro custeado pelo Comendador (que para o efeito deve ter alienado da sua posse o casal da Igreja). Pelo Tombo da Comenda de Balasar de 1830-1832, conhecemos as suas dimensões e até pormenores do seu interior. A Alexandrina foi nela baptizada.
Igreja Paroquial. Balasar possuiu várias igrejas paroquiais ao longo da sua história. A actual foi construída a partir de finais de 1907, no lugar onde existia uma capela do Senhor da Cruz, e ficou provisoriamente concluída no final de 1909. Quando, em 1977, os restos mortais da Alexandrina foram para lá trasladados, sofreu profundas alterações, que implicaram a retirada do belíssimo retábulo do altar-mor em talha de imitação neo-clássica e a construção de uma espécie de transepto. Os vitrais são ainda posteriores a essa data. Esta igreja possui algumas antiguidades dignas de nota: imagens, cruzes, missais, um ou outro livro, etc. A talha, as imagens, o túmulo.
Ilustradores. Foram já vários os artistas que ajudaram ao conhecimento e divulgação da Alexandrina: Felicina Sexto, Doménica Ghidotti, … Antunes e o desconhecido autor português dum retrato da
Imaculado Coração. O Imaculado Coração de Maria tem para a Alexandrina um lugar todo particular já que foi ela a mensageira a quem Jesus confiou o encargo de solicitar a Consagração proclamada em 1942 por Pio XII, em português, via rádio, no jubileu das Aparições de Fátima. Foi para a obter que sofreu durante anos a Paixão com movimentos exteriores. A Alexandrina tinha uma devoção muito grande ao mistério da Imaculada Conceição.
Imprensa. Desde 1941, o nome da Alexandrina surgiu várias vezes na imprensa: na publicação do P.e Terças, na Brotéria, no Jornal de Notícias, n’O Comércio do Porto, no Diário do Norte, no Ala Arriba, etc. Jornal do Médico, O Gaiato, A Voz do Pastor
Inabitação. O conceito de inabitação, que designa a habitação de Deus na alma do baptizado em graça (“Viremos a ele e nele faremos a nossa habitação”, S. João, 20, ), é indispensável para o estudo da obra da Alexandrina. Jesus chega a afirmar que o Paraíso dos homens é o Céu, o Paraíso de Deus é a alma em graça. Poema
Institutos religiosos. Companha de Jesus, Salesianos de D. Bosco, Missionários do Espírito Santo, Monges Beneditinos.
Intercessão. A Alexandrina repetia frequentemente a Jesus, pois Ele lho recomendava: “Eu sou a vossa vítima”. Dado o sofrimento inaudito que isso acarretava, Jesus cumula-a de favores e promete-lhe conceder ao mundo, a seu pedido, as maiores graças. Túmulo. No céu estarei…
Internet. O lugar da Alexandrina na Internet
Ira de Deus. A ira de Deus é conhecida do Antigo Testamento e dirige-se contra os opressores. Nas comunicações de Jesus à Alexandrina, ela surge muitas vezes e em tom de grande ameaça face ao pecado que alastra no mundo. O horror do pecado. Ver P.e Pinho, ou Humberto?
Jejum. A abstinência de todo o alimento (também chamada inédia) por parte da Alexandrina ao longo de treze anos e sete meses foi um facto cuja verdade o Dr. Azevedo quis garantir do modo mais seguro, no que obteve inteiro êxito. A sua comprovação era fundamental, pois colocava a vida da Alexandrina, de imediato e sem margens para dúvidas, no âmbito do sobrenatural. No decorrer desse tempo, de facto, o seu alimento era a Eucaristia. Por isso, ela podia inclusive ter o seu ciclo menstrual mensal, por vezes com abundante perda de sangue. Palavras de Jesus. Convém saber que na hagiologia católica são conhecidos muitos outros casos de inédia.
Johnston, Francis. Leigo inglês, autor de Alexandrina, the Agony and the Glory (1979), que se baseia na Alexandrina, do P.e Humberto Pasquale, que ele conheceu. Cabe ao seu livro (que teve edições na Irlanda e nos EUA) o mérito de ter divulgado da Alexandrina no mundo de língua inglesa. Francis Johnston escreveu ainda um opúsculo para o Blue Army, com o título de The Miracle of Alexandrina.
Jugos. Na Autobiografia, a Alexandrina conta que uma vez esteve na Póvoa horas seguidas a tomar conta de juntas de gado do seu patrão. Ela lidou de perto e com frequência com o apresto agrícola dos vistosos jugos minhotos. Em Balasar conservam-se ainda vários e belos exemplares de jugos. Na ornamentação dos jugos a cruz ocupava quase sempre lugar central.
Julgado de Paz. Balasar foi à roda de 1840 e durante breve período sede de Julgado de Paz; muito mais tarde voltou a falar-se do juiz de paz.
Juramento de amor. A Alexandrina teve uma intuição não é comum da urgência do amor a Jesus. É nesse contexto que se deve colocar o seu gesto de lho jurar com um escrito a sangue. Naturalmente, o P.e Pinho proibiu-lhe actos semelhantes, que podiam pôr em causa a sua saúde.
L’Amor che Muove il Sole e l’altere Stelle. Obra mais recente (2007) de Eugénia Signorile, o seu título vem-lhe do último verso da Divina Comédia, de Dante. Alexandrina
L’Estatica. Livro do salesiano P.e António Rebesco e que é uma versão reduzida da Alexandrina do P.e Humberto Pasquale. Além da edição italiana (1957), teve edição em tailandês.
La Gloria dell’Uomo dei Dolori nel Sorriso di Alexandrina.  Volumoso livro preparado (2005) por Eugénia Signorile, mas com autoria atribuída a Giulio Giacometti, Piero Sessa e à própria Eugenia Signorile. Ver
La Pira, Giorgio.  Antigo presidente da Câmara de Florença,venerável, admirador da Alexandrina.
Lampade Viventi (Lâmpadas Vivas). Associação italiana, originária de Milão, que promove a adoração eucarística. O P.e Humberto inscreveu nela a Alexandrina.
Laundos. Paróquia poveira onde se situa o santuário de Nossa Senhora da Saúde que a Alexandrina visitou quando esteve em criança na Póvoa de Varzim. Da colina de S. Félix, em cujo sopé fica o santuário, desfruta-se um belo panorama que vai até ao mar e para o interior até terras bastante distantes, inclusive Balasar.
Leblanc, Paulette.
Levitação.  Auotob  cga p 80 nota 2
LIAM. A Alexandrina foi também membro da Liga Intensificadora da Acção Missionária, associação dinamizada pelos Missionários do Espírito Santo.As Missões do Ultramar foram matéria do seu zelo apostólico, fundando por intermédio dos Padres do Espírito Santo a Liam”. P.e Leopoldino 
Lima, Carlos. Médico e professor da Universidade do Porto, foi amigo da Alexandrina, a quem inclusive escreveu por duas vezes. Esteve ligado de perto às diligências que visaram garantir a verdade do Jejum; por isso, pôde assinar com o Dr. Azevedo um atestado a garanti-lo. Na altura já estava aposentado.
Línguas asiáticas. Existem alguns textos sobre a Alexandrina traduzidos para línguas asiáticas, como japonês (a Paixão de Jesus em Alexandrina e uma via-sacra), tailandês (ao menos o livro L’Estatica), chinês e bengali (breve biografia e algo mais).
Lintéis. Não há em Balasar muitos lintéis epigrafados dignos de registo. Talvez o mais interessante seja mesmo o que pertenceu à casa dos avós da Alexandrina, em Gresufes. A pedra em que ele está gravado serve actualmente de assento num banco em frente à casa.
Livros. Ver bibliografia.
Loureiro António Pires de Azevedo.  Desembargador Provisor, interinamente ocupando o cargo de Governador e Vigário Capitular do Arcebispado de Braga em 1834, que ocorre na Sentença sobre a Santa Cruz. Trata-se sem dúvida dum intruso.
Luta com o Inferno. Cga p724 s
Machado, Joaquim. Acirrado bairrista balasarense que foi longos anos presidente da junta local; era pai de Maria Machado. Como não frequentava os Sacramentos, a Alexandrina um dia escreveu-lhe. Acabou por regressar à prática religiosa, sem qualquer receio dos detractores. Cga p 798, 819.
Machado, Maria. Filha de Joaquim Machado, era uma mulher de feitio autoritário, dirigida pelo cónego Molho de Faria; foi visita da Alexandrina, tendo-se depois incompatibilizada com ela. Era também natural de Gresufes, duma abastada casa pegada à da Alexandrina. Foi mãe solteira. Na juventude quis ser freira. Opôs-se à beatificação. figlia 436, Cga p 160 nota 6 , carta que deixou, na carta da Felismina, opinião do pai.
Madalena Fonseca. É a miraculada da Beatificação; aquando do milagre, residia em Estrasburgo. Que milagre?
Madigan, Leo. Datas De pátria neozelandesa, foi professor do ensino secundário em Inglaterra e na Turquia. Autor de numerosos livros, reside em Fátima. Escreveu um opúsculo sobre a Alexandrina, Bl. Alexandrina Maria da Costa, the Mystical Martyr of Fatima, 2005. Tem dado preciosa colaboração ao Sítio Oficial com as suas traduções para inglês.